Estudo aponta que gás SF6 é 24 mil vezes mais forte do que o CO2.

Segundo o canal de informação pan-europeu (Euronews), um novo estudo aponta que um gás com efeito de estufa 24.000 vezes mais potente do que o dióxido de carbono está a ser impulsionado pelas crescentes necessidades de eletricidade da China.

O anidrido carbônico (C02) é o gás com efeito estufa. É um gás naturalmente presente na atmosfera, mas turbinado pela combustão de combustíveis fósseis pelos seres humanos, é o gás que mais contribui para a crise climática. Entretanto, a sobrecarga do CO2  não é o único gás que ameaça o clima da Terra. Os acordos internacionais sobre a matéria do clima abrangem uma série de outros gases, incluindo um grupo de gases fluorados (F) produzidos pelo homem

O hexafluoreto de enxofre (SF6) pertence a esta potente família: um gás incolor e inodoro frequentemente utilizado para isolar linhas elétricas. 

O hexafluoreto de enxofre é um composto químico inorgânico formado pelos elementos químicos enxofre e flúor, com a formu química  SF6, um gás incolor e inodoro utilizado, principalmente, pela indústria elétrica, como meio isolante e extintor de arco eléctrico, tanto em disjuntores, como em uma subestação blindada.

A rápida eletrificação do nosso mundo provocou um aumento acentuado das concentrações atmosféricas de SF6 neste século. E um novo estudo internacional mostra que a China está na origem da maior parte destas emissões na última década.

Os gases com efeito estufa variam muito no seu potencial de aquecimento global – ou GWP, na sigla em inglês de Global Warming Potential -, uma medida da quantidade de energia térmica que absorvem por tonelada.

O hexafluoreto de enxofre tem um GWP de cerca de 24.300 (em comparação com 1 para o CO2) e prevê-se que as suas emissões durem mais de 1000 anos na atmosfera.

“Qualquer aumento das emissões de SF6 neste século alterará efetivamente o orçamento radioativo do nosso planeta (o equilíbrio entre a energia que entra do Sol e a energia que sai da Terra) muito para além do período de várias décadas das atuais políticas climáticas”, afirma o coautor Ronald Prinn, diretor do Programa Conjunto do MIT e do Centro de Ciências das Alterações Globais, conforme noticiou a Euronews.

É por isso que é imperativo que a China e todas as outras nações tomem medidas imediatas para reduzir e, em última análise, eliminar as suas emissões de SF6″.

As emissões de SF6 da China quase duplicaram, passando de 2,6 gigagramas (Gg) por ano em 2011 – quando representavam 34% das emissões globais – para 5,1 Gg por ano em 2021, quando representavam 57%.

Os dados são dos investigadores do Programa Conjunto do MIT sobre Ciência e Política das Alterações Globais, da Universidade de Fudan, da Universidade de Pequim, da Universidade de Bristol e do Centro de Observação Meteorológica da Administração Meteorológica da China.

O aumento das emissões chinesas de SF6 durante o período de 10 anos compensou as reduções de emissões noutras partes do mundo, de acordo com o estudo publicado na revista Nature Communications no mês passado.

A adoção de práticas de manutenção que minimizem as taxas de fuga de SF6 ou a utilização de equipamento isento de SF6 ou de substitutos do SF6 na rede elétrica irá beneficiar a mitigação dos gases com efeito de estufa na China”, afirma o autor principal Minde An, um pós-doutorado no Centro de Ciências das Alterações Globais (CGCS) do MIT.

“Consideramos as nossas descobertas como um primeiro passo para quantificar o problema e identificar a forma de o resolver”.

Contudo, para conduzem o estudo, os investigadores fizeram leituras de nove estações de uma rede chinesa, incluindo uma da rede Advanced Global Atmospheric Gas Experiment (AGAGE).

Para efeitos de comparação, as emissões totais globais foram observadas a partir de cinco estações AGAGE “de fundo” relativamente não poluídas noutras partes do mundo.

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