MOCO DOS AVIÕES & OS DEMAIS

      Por: Vita Welema

     Anda por estes dias o ambiente das redes sociais poluído de conversas sobre aviões, compras e presentes, naquela narrativa vulgar e sem criatividade baseada no princípio gobeliano da mentira que é preciso repetir, repetir e repetir até se transformar em verdade. Desde que o nome e a honra a atingir sejam os do cidadão Presidente João Lourenço, vamos a isso, é sem tréguas.

    Confesso que hesitei entre o manter-me quieto e o manifestar o meu repúdio, olhando para os personagens da pobre peça de teatro em palco: Gamas de clubes Kapas e toda a nojice que a miserável criatura representa. Mais uns quantos pacóvios que lhe replicam as diatribes, comentando o que não sabem no circo enlameado da Internet sem comando.

    Mudei de ideia acerca do meu silêncio higiénico quando vi subir ao mesmo palco de fantoches a mais cintilante das estrelas: Marcolino José Carlos Moco, o Moco das curvas apertadas quando o tema é trair camaradas. Travestiu-se no Moco dos aviões.

    Dizer-lhe o quê? Pouca coisa! Que o homem perdeu irremediavelmente a noção das coisas quando, também ele, mergulha no jogo da suspeição, ao insinuar aquilo que, lá bem no fundo da nesga de consciência que tem de lhe ter restado apesar da cretinice crescente, sabe que não pode ser verdade.

   Um sujeito que já foi Primeiro Ministro e Secretário-Geral do MPLA, além de outras responsabilidades de Estado, não pode achar que na Angola que hoje se edifica possa fazer sentido que o Presidente da República mobilize recursos para comprar um avião executivo…para oferecê-lo à mulher. Repito: que uma diatribe dessas escape da cloaca de José Gamas & lumpenagem adjacente, ok, deixa de ser surpresa, mas que um moço como Moco também se preste a um papel desastroso desses, é o fim da picada!

    Apetece voltar a Roma antiga e fazer ecoar a mesma pergunta imperial: também tu, Brutus?

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